O que significa depressão, causas, sintomas e tratamento da depressão, identificando problemas associados, e o modo de a prevenir.


Como combater a depressão

De modo a poder combater a depressão, deixamos alguns conselhos

Envolva-se com as pessoas:
  • Telefone a um amigo, ou a alguém com quem queira estabelecer laços mais fortes e converse com ele um bocadinho, ou então combine um café;
  • Telefone ou escreva a um familiar ou velho amigo com quem não esteja muitas vezes;
  • Vá para sítios onde as pessoas existam pessoas, como jogos desportivos, actividades de grupos - teatro, coro, associações, juventudes políticas, religiosas, vá à piscina ou até à mercearia;
  •  Proponha-se para voluntariado;
  • Encontre alguém a quem possa fazer um favor, como por exemplo um vizinho idoso que precise de compras ou um amigo que lhe tenha pedido uns apontamentos;
  • Peça um favor a alguém: é tão bom receber favores como fazê-los aos outros!
  • Expresse a sua zanga, mas de uma forma não-ameaçadora para os outros. Eles vão escutá-lo melhor, e provavelmente vai sentir-se mais calmo com isso.

Mime-se:
  • Oiça o seu CD preferido ou relê-ia o seu livro favorito;
  • Coma a sua comida favorita;
  • Vá fazer uma massagem ou sauna;
  • Vá ver um filme;
  • Compre alguma coisa que deseje;
  • Dé um passeio fora do seu ambiente diário.

Cuide do seu corpo:
  • Tente comer mais fruta e vegetais e menos farináceos;
  • Reduza o álcool e cannabis. São substâncias com efeito depressor a curto prazo, aumentando a intensidade dos seus sintomas;
  • Faça exercício físico, de preferência diário. Sabemos que é a última coisa que lhe apetece fazer, mas é das mais eficazes;
  • Durma e descanse mas não exagere. 6 a 8 horas por dia é suficiente;
  • Evite dormir durante o dia. Quanto mais o seu padrão de sono fica desregulado, mais deprimido se sente;
  • Não fique acordado na cama mais de 20 minutos. Se vê que não está a conseguir adormecer saia do quarto e faça qualquer coisa que o relaxe: veja televisão, lê-ia (um livro que já tenha lido), medite… mesmo que não tenha sono, está a descansar. E na manhã seguinte acorde à hora habitual, para facilitar o trabalho de dormir bem na próxima noite;
  • É provável que não lhe apeteça ter relações sexuais. Não precisa de “fazer fretes”. Explique isso ao seu parceiro, e faça-lhe ver que continua interessado nele e em partilhar outras coisas com ele até se sentir melhor. Normalmente os outros aceitam melhor os nossos comportamentos quando percebem que não são rejeitantes mas fruto de dificuldades nossas no presente.

Dê uma vista de olhos ao lado positivo das coisas:
  • Faça uma lista das coisas boas que lhe acontecem na sua vida;
  • Faça uma lista das suas qualidades;
  • Faça a si próprio afirmações racionais, encorajadoras (que cortem com o padrão habitual de irracionalidades e desencorajamentos), por ex: “hoje estou em baixo, mas sei, de experiência própria que vai passar e que me hei-de sentir bem novamente”“todos os seres humanos têm sentimentos como estes; não tenho de fazer com que uma coisa temporária arruíne uma série de outras coisas que já consegui ou que quero vir a atingir: vou esperar”;
  • Tente identificar exactamente qual é o problema e pense em ideias para lidar (lidar é diferente de solucionar!) com ele;
  • Estruture o seu dia. Determine pequenos objectivos diários e mantenha-os;
  • Planeie o divertimento e prazer de cada dia. De preferência actividades em que tenha de estar assim mesmo, activo! (em que gaste alguma energia).

Acalme-se:
  • Utilize as suas técnicas de relaxamento e aprecie as sensações que vão ocorrendo;
  • Fantasie sobre alguns acontecimentos do passado ou que espera no futuro;
  • Aja como se se sentisse bem (não-deprimido), como ouvir sorri, coloque energia na forma como anda, ponha uma expressão interessada e alerta, fale alegremente com as pessoas que encontra, assobie, enfim, finga. É muito frequente que, ao agirmos como se nos sentíssemos bem, começamos, de facto, a sentirmo-nos bem;
  • Permita-se sentir o que sente. Se precisar de chorar, chore. Se está zangado, encontre formas seguras de expressar a zanga.

Se depois de experimentar uma série de alternativas de solução continuar a sentir-se deprimido, procure ajuda junto de um profissional. É sempre mais difícil combater a depressão sozinho, sobretudo se, ao estarmos deprimidos, já nos estamos a sentir sós e sem “soluções”. As sessões com um técnico de saúde mental vão certamente ajudá-lo a lidar com a sua depressão.

Um último comentário:
A ajuda existe e sob várias formas, com muito sucesso. Tudo o que é preciso é dar o primeiro passo nesse sentido uma vez que cada um de nós, adultos, somos os únicos responsáveis pela nossa saúde e bem-estar. Ler sobre depressão não nos faz sentir melhor. É preciso agir.
Se um caminho não está a funcionar, tente mais um pouco. Não é de um momento para o outro que conseguimos mudar padrões de funcionamento, depois de meses ou anos habituados a pensar, sentir e agir de forma deprimida. Se depois de tentar mais uma vez esse caminho, continuar sem sentir resultados, procure uma nova alternativa de solução.

Como ajudar alguém que está com uma depressão

Uma vez que as pessoas deprimidas estão de certa forma afastadas, letárgicas, com preocupações que guardam só para elas, e possivelmente suicidas, um amigo interessado pode dar um contributo valioso. Falar com sinceridade e clareza com o nosso amigo deprimido sobre o facto de estarmos preocupados com ele e com o seu bem estar frequentemente ajuda-lo-á a confiar-nos os seus problemas.
Seguem-se algumas ideias sobre formas de ajudar:
  • Esclarece o teu amigo que estás preocupado com ele e que queres mesmo ajuda-lo.
  • Não digas que sabes como ele se está a sentir. Não sabes de facto e isso pode fazer com que se sinta incompreendido (não é esse o nosso objectivo).
  • Não digas que sentes o mesmo.
  • Não tentes “anima-lo”.
  • Tenta não te zangar. Mune-te de paciência e mostra-te apoiante.
  • Não critiques nem o envergonhes, porque isso já ele está a fazer sozinho (tais pensamentos são sintomas da depressão) e se funcionasse não estaria deprimido.
  • Encoraja a pessoa a procurar ajuda se os sintomas persistirem e interferirem com o funcionamento dela no dia-a-dia e/ou se a pessoa falar de suicídio como uma possibilidade de solução. Se sentires que ele resiste e que há probabilidade de tentativa de suicídio (podes perguntar ao teu amigo directamente se ele está a pensar fazê-lo. Ao contrário do que se pensa as pessoas costumam ser honestas e revelar as suas intenções a este respeito) procura tu ajuda junto de um psicoterapeuta por forma a aprender a melhor lidar com a situação.

Depressão infantil

Dados empíricos apontam um aumento preocupante na incidência de transtornos emocionais em crianças e adolescentes nas últimas décadas.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), realizou um estudo onde demonstra que 20% das crianças e adolescentes apresentam sintomas da doença, e no Brasil as estatísticas sugerem entre 8 % e 12%.
Segundo a OMS em 2.020 a depressão passará ser a principal causa de mortes no mundo, perdendo apenas para as doenças coronárias. Estima-se que a Depressão Infantil afete uma em cada 20 crianças abaixo dos 10 anos de idade.
O Transtorno Depressivo Infantil é um transtorno do humor capaz de comprometer o desenvolvimento da criança ou do adolescente e interferir no seu processo de maturidade psicológico e social.
Na criança e adolescente, muitas vezes os sintomas de depressão se confundem com transtornos de comportamento ou de caráter, podendo ser alvo de críticas de pais, que não percebem estarem diante de um quadro de depressão. Muitas vezes a depressão é confundida com Hiperatividade, Deficit de Atenção , irritabilidade ou agressividade, rebeldia , problemas de aprendizado etc. Os sintomas da depressão em crianças e adolescentes são diferentes dos sintomas dos adultos.
“As crianças mais novas, devido à falta de habilidade para uma comunicação que demonstre seu verdadeiro estado emocional, também manifestam a depressão atípica, notadamente como Hiperatividade (Ballone,2.005).
Pais e Educadores devem estar atentos quando alguma criança apresentar as seguintes características:

  • Queda no rendimento escolar, perda de atenção e concentração;
  • Fobia Escolar;
  • Baixa autoestima, depreciando-se;
  • Estado de tristeza e choro com facilidade;
  • Tendência ao isolamento social e à solidão;
  • Queixas generalizadas de rejeição;
  • Baixa energia, inclusive para atividades físicas e de lazer;
  • Falta de disposição para iniciar tarefas, tendendo a retardá-las;
  • Queixas de cansaço injustificado;
  • Maior irritabilidade e agressividade;
  • Baixa tolerância para frustração;
  • Condutas antissociais e destrutivas;
  • Agitação excessiva;
  • Significante perda ou ganho de peso;
  • Enurese e Encoprese noturna;
  • Dificuldade de se afastar da mãe;
  • Sentimento de culpa;
  • Queixa constante de dores na cabeça, barriga e nas pernas;
  • Insônia ou sono excessivo;
  • Tiques;
  • Fala de morte própria ou de familiares;
  • Fala de fugir de casa;
  • Quadros de medo inexplicado e de terror noturno.

Não é obrigatório que a criança complete todos os itens da lista para se fazer um diagnóstico.
São inúmeros os fatores que podem desencadear a depressão. Nas crianças e adolescentes, a depressão costuma manifestar-se a partir de uma situação traumática, como separação dos pais, atritos familiares, morte de uma pessoa querida, solidão, chegada de um novo irmãozinho, rejeição por parte dos amigos, cobrança exagerada em relação ao desempenho escolar, são alguns deles.”Estudos apontam que a violência urbana, o excesso de atividades na agenda diária e a falta de espaço para o lazer, também são fatores que podem desencadear a doença”.
Uma pesquisa, realizada na Austrália revelou que crianças materialistas têm maior probabilidade de terem depressão devido a equiparação da felicidade ao dinheiro e da beleza à fama.
“Crianças que não sabem lidar com limites, que têm baixa tolerância à frustração, comportamento manipulativo, alta impulsividade, dificuldade em aceitar a realidade poderão entrar em depressão toda vez que houver uma ameaça de destruição desse mundo ilusório em que foram criados”, comenta Olga Tessari.
Os pais devem redobrar a atenção quando a criança estiver atravessando situações difíceis e, ao primeiro sinal de depressão, devem acolher a criança ou adolescente e encaminhá-lo a um profissional o mais rápido possível. Na maioria das vezes, o apoio da família e a psicoterapia são suficientes.
Os pais e educadores devem estimular a criança para que brinquem ou pratiquem atividades com outras crianças, estimulando assim o seu humor e ajudando no seu desenvolvimento psicossocial e criar o hábito de diálogo com os filhos, fortalecendo os laços afetivos e criando um espaço para que ele fale sobre seus sentimentos.

Depressão e actividade fisica

A depressão como um distúrbio da área afetiva ou do humor se caracteriza pela perda do interesse ou prazer e traz impacto funcional a indivíduos de qualquer faixa etária e requer abordagem multiprofissional adequada a cada caso em particular.
Tem-se evidenciado que pessoas fisicamente ativas apresentam menor incidência de muitos estados patológicos, entre eles os sintomas depressivos.
A atividade física contribui para a estimulação que o sistema nervoso central recebe para a produção de serotonina e endorfina, substâncias que inibem e melhoram os processos depressivos, por isso tem merecido atenção de estudiosos e pesquisadores. Fonseca et al. (2000) relatam que com atividade física de moderada a baixa já se pode observar uma melhora do quadro depressivo.
Considerando-se como atividade física todo movimento do corpo em conseqüência da contração muscular, resultando em gasto energético acima dos níveis de repouso, a fisioterapia lança mão da  inesioterapia como recurso terapêutico auxiliando no tratamento de indivíduos depressivos.
O programa cinesioterapêutico é realizado após uma avaliação físico-funcional, portanto é desenvolvido baseado nas condições apresentadas particularmente pelo sujeito. Além do benefício direto para redução do quadro depressivo, o indivíduo pode visualizar, por meio de dados da reavaliação fisioterapêutica, ganhos quantitativos (como a diminuição de encurtamentos musculares) e qualitativos (maior facilidade para desenvolver atividades de sua vida diária, diminuição de dores) contribuindo para melhora de sua auto-estima e seu bem-estar, comumente encontrados em portadores de sintomas depressivos, motivando-os para continuar a desenvolver a atividade física.

Depressão na clinica psicológica

A depressão é um quadro muito freqüente na clínica psicológica. Classicamente, a depressão é definida como a redução de comportamentos positivamente reforçáveis e um aumento de comportamentos de fuga/esquiva. Isto significa dizer que o indivíduo deprimido se relaciona menos com outras pessoas, tem menos interações agradáveis/prazerosas com as pessoas que o rodeiam e também com suas atividades. E, quando se fala que aumentam comportamentos de fuga/esquiva, significa dizer que o indivíduo depressivo passa a evitar situações em que venha a se sentir exposto ou que pensa que será inadequado ou repreendido pelos outros. Outros comportamentos de fuga/esquiva que aumentam se referem a chorar muito, permanecer na cama durante o dia, estar mais irritado, apresentar alterações importantes de sono e apetite, ou mesmo queixas fisiológicas (p.ex, dores). Assim, uma pessoa que apresenta um quadro de depressão – que pode ser em diferentes níveis de gravidade – pode estar se relacionando cada vez menos com pessoas, permanecendo mais em casa, sentindo-se muito triste e desamparada, muito irritada – especialmente quando alguém muito próximo faz tentativas de “empurrá-la” de volta à vida normal.
Quando uma pessoa depressiva procura a clínica psicológica, essa procura pode ser por vontade própria ou por um pedido da família ou de outro profissional da saúde. Quanto mais grave for a situação, maior terá que ser o envolvimento da rede de apoio do paciente (família, amigos, outros profissionais que o atendam) para que ele possa voltar ao seu funcionamento anterior gradativamente. O tratamento psicológico, dentro da perspectiva comportamental, envolve o aumento gradual de oportunidades em que o indivíduo possa se perceber como competente em conduzir sua vida novamente, como também a revisão/reorganização do que a pessoa pensa e sente sobre si mesma. Assim, é impossível voltar a sorrir sentindo-se um inútil, ou seja, o trabalho é integrado: tratar o indivíduo como um todo para que ele retome o controle de sua vida e o prazer de ser quem ele é.

Tratamento psicoterápico da depressão

O tratamento psicoterápico é um dos elementos mais importantes a ser considerado no tratamento do paciente deprimido. O tratamento psicoterápico, segundo Hirschfeld, Goodwin (1992), visa os aspectos específicos da condição depressiva, ou seja, afeto, cognição e comportamento, e é planejado para aliviar o transtorno, não para mudar o caráter.
As intervenções psicoterápicas adequadas promovem alívio sintomatológico, aumentam a vinculação ao tratamento em geral e auxiliam no processo de reorganização psíquica do paciente.
Mas, nos casos mais complexos ou quando houver necessidade de aprofundar o nível de abordagem psicológica, deverá ser solicitada a colaboração do psiquiatra.

Tratamento farmacológico da depressão

Para o tratamento farmacológico dos quadros depressivos é preciso, primeiramente, um diagnóstico do tipo da depressão. Nos quadros depressivos cíclicos, quando há alternância com a mania, o tratamento inclui sais de lítio ou outros medicamentos. Casos com depressão severa havendo risco de suicídio, podem ser tratados com eletroconvulsoterapia, aplicada sob anestesia geral, que é muito eficaz nestes casos (Louzã-Neto, Betarello, 1994).
O tratamento farmacológico dos quadros depressivos geralmente se faz com o uso de antidepressivos (Elhwuegi, 2004). As ações neuroquímicas dos antidepressivos, bem como seus efeitos benéficos sobre a plasticidade neural, comprometida, pela depressão, já estão demonstrados (Carlson, 2002; Duman, 2002; Elhwuegi, 2004). A decisão sobre qual antidepressivo usar deverá ser fundamentada em uma série de fatores, onde a história clínica e psiquiátrica do indivíduo deve ser colhida através de uma boa anamnese (Assunção et al, 1998).
Além da escolha do antidepressivo ser feita em função do perfil terapêutico, Assunção et al (1998) chamam a atenção de que os seus efeitos colaterais também devem ser considerados. Eles podem ter uma reação sedativa mais intensa ou uma ação mais desinibidora, podendo ser indicado para depressões agitadas ou inibidas. Os efeitos colaterais dos antidepressivos vêm, principalmente, de sua ação anticolinérgica: boca seca, alterações do ritmo cardíaco, sedação, sonolência. Por isso, é necessário que, antes do início do tratamento, o paciente faça exames físicos detalhados e exames subsidiários.
Os mesmos autores recomendam que os antidepressivos devam ser introduzidos de modo gradativo, iniciando com doses baixas, aumentando de acordo com a reação do paciente. É importante lembrar que os antidepressivos apresentam uma latência para início da ação terapêutica, que é de dias a semanas. Após a melhora do quadro depressivo, a medicação precisa ser mantida por alguns meses, para evitar uma recaída da doença.
Segundo Scalco (1995) os antidepressivos tricíclicos foram, há 30 anos, a base da terapia farmacológica da depressão, sendo bem estabelecida sua eficácia em episódios depressivos em pacientes de todas as idades. Postula-se que o efeito antidepressivo dos tricíclicos resulte de sua capacidade de bloquear a recaptação, tanto de norepinefrina (NE) como de serotonina (5-HT) pelos terminais pré-sinápticos (Carlson, 2002). Os tricíclicos também bloqueiam os receptores colinérgicos muscarínicos, adrenoceptores alfa1 e alfa2, e receptores histaminérgicos H1 e H2, além de inibirem a ATPase de Na+/K+, o que resulta em efeito estabilizador de membrana.
Os primeiros antidepressivos clinicamente eficazes a serem descobertos foram os inibidores da enzima MAO (Stahl, 1998). Nos entanto, os IMAOs dificilmente são utilizados como drogas de primeira escolha no tratamento dos quadros depressivos, isto devido ao risco de interação com um grande número de medicamentos e até mesmo alimentos (Assunção et al, 1998; Cordás, Sassi-Junior 1998).
Antidepressivos de segunda geração são denominados como bloqueadores seletivos da recaptação de serotonina pelos terminais présinápticos (Fuller apud Scalco, 1995; Carlson, 2002; Elhwuegi, 2004).
O uso do lítio tem por objetivo alongar os intervalos inter-crises, além de abortar ou minimizar as crises de depressão endógena e os episódios de mania (Carlson, 2002). Normalmente, é empregado como tratamento profilático concomitantemente ou logo após utilização de antidepressivos (Ramos, 1984). Acredita-se que o lítio estabiliza os receptores de neurotransmissores, especialmente de serotonina (Carlson, 2002).
Conforme afirma Silva (1994), a carbamazepina tem sido habitualmente recomendada para crises convulsivas tônicoclônicas generalizadas, crises parciais simples e complexas. Esta substância tem sido usada em pacientes depressivos bipolares, particularmente aqueles refratários ao lítio (Carlson, 2002).
Assim como em relação à carbamazepina, Stahl (1998) sugere que o ácido valpróico apresenta eficácia no transtorno maníaco-depressivo de maneira geral e nos pacientes refratários ao lítio.

Tratamento da Depressão no Idoso

O tratamento da depressão no idoso tem por finalidade reduzir o sofrimento psíquico causado por esta enfermidade, diminuir o risco de suicídio, melhorar o estado geral do paciente e garantir uma melhor qualidade de vida. O tratamento da depressão, como também de outras doenças neuropsiquiátricas no idoso, constitui um desafio que envolve intervenção especializada. As estratégias de tratamento, comentadas a seguir, envolvem psicoterapia, intervenção psicofarmacológica e, quando necessário, eletroconvulsoterapia. O papel terapêutico da atividade física será analisado em item específico.
Inicialmente, há a necessidade da identificação de fatores que estariam desencadeando o surgimento de um processo depressivo, ou mesmo, agravando uma depressão já existente. Assim, é pertinente verificar se o paciente possui alguma doença clínica que esteja relacionada com a depressão e observar se o uso de algum medicamento (antiinflamatório, antihipertensivo, remédio para insônia, etc.) não estaria levando ao surgimento de sintomas depressivos. A seguir, convém investigar aspectos de natureza psicológica e psicossocial, como lutos, isolamento social, abandono e outros fatores que tendem a desencadear sintomas depressivos.
A intervenção psicoterapêutica, preferencialmente com profissionais especializados em idosos, ajuda a identificar os fatores desencadeadores do processo depressivo, contribuindo para a orientação dos familiares, dos cuidadores e do próprio paciente.
Atividades do tipo terapia ocupacional, participação em atividades artísticas e de lazer também têm seu papel no tratamento do idoso deprimido. A intervenção psicoterapêutica, particularmente indicada para idosos, é a modalidade denominada de psicoterapia breve. Esta modalidade, além de minimizar o sofrimento psíquico do paciente, ajuda o idoso deprimido a reorganizar seu projeto de vida. É uma terapia prospectiva, voltada para o presente e para o futuro,com duração, em geral, de seis meses.
Quando os sintomas da depressão colocam em risco a condição clínica do paciente e quando sofrimento psíquico é significativo, faz-se necessária a intervenção psicofarmacológica. Recomendam-se os antidepressivos de segunda geração, por constituírem medicamentos mais seguros para os idosos. A depressão não tratada coloca em risco a vida do paciente e eleva muito seu sofrimento, como visto anteriormente, não se justificando o não tratamento da depressão.
O tratamento psicofarmacológico da depressão no idoso depende essencialmente do perfil de  tolerabilidade do paciente em relação aos antidepressivos. Os ISRS (inibidores seletivos da recaptação de serotonina) constituem a primeira escolha, sobretudo, citalopram e sertralina.
Dentre os medicamentos desta categoria, estes dois têm sido os mais estudados na população idosa. Paroxetina e fluoxetina, além de outros menos comuns em idosos, como venlafaxina, também têm sido prescritos. Em geral, os antidepressivos tricíclicos não constituem a primeira escolha para pacientes idosos devido aos efeitos adversos, principalmente anticolinérgicos.
Quando necessário prescrever medicamento dessa classe, recomenda-se a nortriptilina, iniciando-se com baixas doses e com elevação cautelosa das mesmas.
Deve-se ter atenção para os efeitos adversos dos medicamentos prescritos e para o risco de interação medicamentosa. Devido à presença de várias enfermidades que comumente acometem os idosos, eles tendem a fazer uso de vários medicamentos, com risco elevado de interação medicamentosa com potencialização de efeitos adversos. Especialmente, deve-se evitar drogas que produzam ou potencializem efeitos anticolinérgicos, hipotensão postural, distúrbios do sistema de condução cardíaca e delirium. A associação do tratamento psicofarmacológico com psicoterapia tem demonstrado bons resultados.
Quando o paciente tem risco iminente de suicídio e uma resposta rápida é necessária, em quadros catatônicos que não respondem ao tratamento medicamentoso e quando o paciente não tem tolerabilidade aos psicofármacos, a eletroconvulsoterapia (ECT) constitui opção valiosa e segura para o tratamento da depressão. Eventualmente, podem ocorrer episódios de delirium e de distúrbios cognitivos, em geral transitórios. Cabe salientar que a eletroconvulsoterapia somente pode ser efetuada dentro dos parâmetros determinados pelo Conselho Federal de Medicina, entre eles, a realização do ECT em ambiente hospitalar, sob anestesia geral e com equipe especializada, respeitando-se a condição clínica geral do paciente. Consideram-se contra-indicações absolutas ao ECT os quadros de hipertensão intracraniana e a ocorrência de infarto agudo do miocárdio (3 meses) ou acidente vascular cerebral (6 meses). Obviamente, recomenda-se exame clínico completo do paciente e de laboratório antes da realização do procedimento, para verificar a existência de outras contra-indicações.

Tratamento da depressão

Mais de 80% das pessoas com depressão podem melhorar se receberem o tratamento completo. O primeiro passo é procurar um médico, que realizará um exame adequado para excluir outras causas para os sintomas. Em seguida, o médico deverá conduzir uma avaliação diagnóstica para depressão ou encaminhar o paciente para um psiquiatra para esta avaliação.
A escolha do tratamento irá depender do diagnóstico do paciente, da gravidade dos sintomas. Uma ampla gama de tratamentos, que inclui medicamentos, psicoterapias (terapias pela fala) e outras formas de tratamento (como a eletroconvulsoterapia) são comprovadamente eficazes para depressão. Em geral, os episódios depressivos moderados ou graves, principalmente ou que são recorrentes, necessitarão de uma combinação destes tratamentos para um melhor resultado. O efeito terapêutico geralmente só é percebido após algumas semanas de tratamento. Uma vez que a pessoa apresente melhora, o tratamento deve ser mantido por mais alguns meses (ou, em alguns casos, indefinidamente) para prevenir uma recaída.

Autoteste de depressão

Só «mal disposto» ou é mesmo uma depressão?
Responda às seguintes questões. Assinale cada uma das seguintes afirmações que se aplique ao seu caso há mais de duas semanas. Todas as questões às quais responder afirmativamente valem 1 ponto, a questão 14 vale 5 pontos.

  1. Sente-se frequentemente triste ou desanimado sem motivo aparente?
  2. Tem difi culdade em concentrar-se e não consegue tomar decisões, ainda que pequenas?
  3. Não tem energia, sente-se geralmente cansado e/ou muito inquieto a nível interior?
  4. Já não se interessa por coisas que antes lhe causavam alegria?
  5. Perdeu a confiança nas suas próprias capacidades?
  6. Atormenta-se com sentimentos de culpa e autocrítica?
  7. Cisma constantemente sobre o futuro e vê tudo negro?
  8. De manhã tudo parece pior?
  9. Sofre de perturbações do sono graves?
  10. Evita o contacto com outras pessoas?
  11. Tem dores físicas que não consegue explicar?
  12. Tem pouco ou nenhum apetite?
  13. Perdeu o interesse sexual?
  14. Sente-se desesperado e não tem vontade de viver?

Caso tenha atingido uma pontuação igual ou superior a 5, tal pode ser indicador de uma depressão. Dirija-se a um especialista, por exemplo ao seu médico de família.

Fatores de risco para depressão

Os principais riscos fatores de risco que podem originar uma depressão são:
  • História familiar de depressão;
  • Sexo feminino;
  • Idade mais avançada;
  • Episódios anteriores de depressão;
  • Parto recente;
  • Acontecimentos estressantes;
  • Dependência de droga.

O número de casos entre mulheres é o dobro dos homens. Não se sabe se adiferença é devida a pressões sociais, diferenças psicológicas ou ambas. Avulnerabilidade feminina é maior no período pós-parto: cerca de 15% das mulheresrelatam sintomas de depressão nos seis meses que se seguem ao nascimento de umfilho. A doença é recorrente. Os que já tiveram um episódio de depressão no passadocorrem 50% de risco de repeti-lo. Se já ocorreram dois, a probabilidade de recidiva podechegar a 90%; e se tiverem sido três episódios, a probabilidade de acontecer o quarto ultrapassa 90%.Como é sabido, quadro de depressão podem ser disparados por problemaspsicossociais como a perda de uma pessoa querida, do emprego ou o final de uma relação amorosa. No entanto, até um terço dos casos estão associados a condiçõesmédicas como câncer, dores crônicas, doença coronariana, diabetes, epilepsia, infecçãopelo HIV, doença de Parkinson, derrame  cerebral, doenças da tireóide e outras.Diversos medicamentos de uso continuado podem provocar quadros  depressivos. Entreeles estão os anti-hipertensivos, as anfetaminas (incluídas em diversas fórmulas para controlar o apetite), os benzodiazepínicos, as drogas para tratamento de gastrites e úlceras (cimetidina e ranitidina), os  contraceptivos orais, cocaína, álcool,antiinflamatórios e derivados da cortisona.

Sintomas comportamentais da depressão:

Os principais sintomas comportamentais da depressão são:
  • Chorar sem razão aparente ou no outro extremo, falta de resposta emocional às situações
  • Evitar as outras pessoas
  • Evitar novas situações
  • Ataques de zanga
  • Desmotivação para estabelecer ou lutar por objectivos
  • Perda de interesse pela aparência física pessoal
  • Perda de interesse pelas actividades outrora consideradas interessantes
  • Consumir drogas e álcool
  • Capacidade diminuída ao lidar com as tarefas diárias
  • Diminuição da capacidade de atenção, concentração, memorização, decisão, clareza

Sinais e sintomas de depressão pós-parto

A depressão pós-parto pode apresentar uma grande série de sintomas que podem variar na medida da sua gravidade.

Irritabilidade
Pode sentir irritabilidade e ira, por vezes sem razão.
Ansiedade
Pode ter uma sensação de inadaptação ou incapaz de lidar com a situação.
Pode sentir preocupação acerca das coisas que normalmente tem como certas. Algumas mulheres sentem-se tão tensas que não saem de casa e ficam relutantes em encontrar-se com os amigos. As mulheres descreveram também terem receio de ficarem sozinhas com o bebé.
Ataques de pânico
Pode começar a sentir ataques de pânico. Os sintomas incluem suor nas mãos, um coração a bater forte e enjoo. Podem acontecer durante as actividades do dia a dia. São frequentemente imprevisíveis e muito angustiantes, e pode começar a evitar situações em que eles ocorram.
Problemas de sono
Pode não conseguir dormir, mesmo quando o seu bebé dorme com toda a segurança.
Cansaço
Pode sentir cansaço e letargia constante, incapaz de lidar com as lides da casa. Pode sentir uma falta de interesse na sua aparência, no desejo sexual e tudo aquilo que a rodeia.
Concentração
Pode ter dificuldades de concentração ou sentir-se confusa ou distraída.
Apetite
Pode não ter vontade de comer ou comer de forma compulsiva. Em resultado disso pode estar a perder ou ganhar peso.
Choro
Pode chorar com frequência e nem sempre por razões que possa compreender.
Comportamento obsessivo
A arrumação meticulosa da sua casa e tentar manter padrões demasiadamente elevados é muitas das vezes uma característica deste tipo de comportamento. Pode ter medos arrebatadores, por exemplo acerca da morte. Algumas mães disseram ter pensamentos recorrentes acerca de magoar os seus bebés. As mães raramente fazem algo para colmatar isso.

Sintomas fisicos de depressão

Os principais sintomas fisicos de depressão são:
  • Mudanças no padrão de sono (insónia ou hipersónia)
  • Comer de mais ou de menos
  • Alterações de peso (5% ou mais)
  • Irregularidades no ciclo menstrual
  • Perda de desejo sexual
  • Perda de energia, fadiga crónica
  • Dores de cabeça, costas ou outras sem explicação aparente
  • Problemas digestivos tais como dores de estômago, enjoo, má digestão e/ ou mudanças nos hábitos intestinais

Como a família e amigos deve agir em casos de depressão pós-parto

Viver com depressão pode ser muito difícil e frustrante. Tente ser paciente e compreensiva. Dê apoio, incentivo e esperança. A sua ajuda e assistência é valiosa nesta altura. Esteja preparada para procurar ajuda.

Família e amigos
Se achar que a sua amiga, irmã ou filha sofre de depressão pós-parto pode ajudar.
  • Incentive-a a procurar ajuda de um Médico, enfermeira(o) de saúde pública ou terapeuta.
  • Deixe-a exprimir os seus verdadeiros sentimentos. Escute com empatia.
  • Ajude-a a organizar assistência prática a crianças.
  • Incentive-a a associar-se a um grupo de apoio.
  • Informe-se mais acerca da depressão pós-parto.


Especialmente para parceiros e pais
  • Tentem fazer as coisas como um casal, sem as crianças. Mas não a force a fazer algo que ela não queira fazer.
  • Incentive actividades, por exemplo irem dar uma caminhada juntos.
  • Tente assegurar-se que ela se alimenta bem e descansa. Uma massagem pode ajudá-la a relaxar.
  • Lembre-a regularmente de que a doença é temporária e que ela irá ficar bem.

Medicação para depressão pós-parto

O tratamento da depressão pós-parto com fármacos varia. Normalmente envolve o uso de antidepressivos.
É importante lembrar que pode levar duas ou mais semanas para que sinta que a medicação está a resultar. Pode ter de continuar a tomar medicação até 6 meses após a depressão ter desaparecido. Os antidepressivos usados correctamente não provocam dependência.
Se estiver a amamentar peça ao seu médico que considere medicação que seja adequada a mulheres que amamentem.
Se sentir melhoras com a ajuda da medicação, fale com o seu médico antes de mudar a dose ou frequência da medicação, visto que os sintomas podem voltar. A depressão pós-parto é uma doença e pode necessitar de tempo para recuperar.

Depressão perinatal, balanço entre uso de antidepressivos e riscos no concepto

À luz das limitadas e conflitantes evidências contemporâneas, a decisão de tratar ou não-tratar  medicamentosamente a depressão perinatal continua sendo um desafio médico.
Não tratar depressão durante a gravidez pode gerar efeitos deletérios à mãe e ao concepto, comprometendo ligação mãe-filho, desenvolvimento cognitivo e emocional do recém-nascido, amamentação e outros cuidados exigidos pela criança.
A decisão de tratar deve levar em conta intensidade da doença, história prévia de depressão e preferências da paciente. Em casos leves, tratamentos não-farmacológicos devem ser primeiramente considerados. Em depressão mais grave, a gestante deve receber antidepressivos isolados ou em combinação com medidas não-farmacológicas.
ISRS parecem ser benéficos na depressão perinatal, com base em sua eficácia no tratamento de distúrbios depressivos em geral.
O risco de malformações congênitas associado à exposição antenatal de ISRS permanece controverso.
Nos estudos observacionais, os riscos relativos são consistentes e maiores quando a exposição se dá mais tardiamente na gestação.
Mesmo em estudos que detectaram malformações associadas ao uso de antidepressivos no início da gravidez, o risco absoluto foi pequeno.
Além de malformações potenciais, ISRS podem induzir hipertensão pulmonar primária no recémnascido, prematuridade, baixo peso ao nascer, maior necessidade de atendimento em unidade de cuidados especiais e síndrome de abstinência no recém-nascido, manifestada por agitação, transtorno em tônus e sucção ou convulsões.
O uso de ISRS durante a amamentação não trouxe aumento de risco ao lactente, embora fluoxetina e citalopram determinassem aumento de mais de 10% nos níveis nos lactentes em relação às concentrações médias maternas.
Paroxetina (mais de 25 mg/dia) prescrita no primeiro trimestre da gestação é o antidepressivo mais consistentemente associado a malformações congênitas, especialmente cardíacas.

Classificação dos 7 principais tipos de depressão

A depressão é muitas vezes classificada como distimia quando os sintomas permanecem por períodos muito longos de tempo (pelo menos seis meses) de forma "leve", enquanto que nas ocorrências graves da depressão os sintomas atingem proporções incontroláveis, impossibilitando as atividades normais do indivíduo e obrigando a internação devido ao alto risco de suicídio.

Do ponto de vista didático, a depressão clínica pode ser dividida em 7 tipos principais.

Depressão maior

Os pacientes com este tipo de depressão apresentam pelo menos 5 dos sintomas listados a seguir, por um período não inferior a duas semanas:

·        Desânimo na maioria dos dias e na maior parte do dia (em adolescentes e crianças há um predomínio da irritabilidade)

·        Falta de prazer nas atividades diárias

·        Perda do apetite e/ou diminuição do peso

·        Distúrbios do sono — desde insónia até sono excessivo — durante quase todo o dia

·        Sensação de agitação ou languidez intensa

·        Fadiga constante

·        Sentimento de culpa constante

·        Dificuldade de concentração

·        Idéias recorrentes de suicídio ou morte

Além dos critérios acima, devem ser observados outros pontos importantes: os sintomas citados anteriormente não devem estar associados a episódios maníacos (como no transtorno bipolar); devem comprometer actividades importantes (como o trabalho ou os relacionamentos pessoais); não devem ser causados por drogas, álcool ou qualquer outra substância; e devem ser diferenciados de sentimentos comuns de tristeza. Geralmente, os episódios de depressão duram cerca de vinte semanas.

Os sintomas da depressão nas crianças podem ser diferentes das dos adultos, incluindo tristeza persistente, incapacidade de se divertir com suas atividades favoritas, irritabilidade acentuada, queixas frequentes de problemas como dores de cabeça e cólicas abdominais, mau desempenho escolar, desânimo, concentração ruim ou alterações nos padrões de sono e de alimentação.

Depressão crónica (distimia)

A depressão crônica leve, ou distimia, caracteriza-se por vários sintomas também presentes na depressão maior, mas eles são menos intensos e duram muito mais tempo — pelo menos 2 anos. Os sintomas são descritos como uma "leve tristeza" que se estende na maioria das atividades. Em geral, não se observa distúrbios no apetite ou no desejo sexual, mania, agitação ou comportamento sedentário. Os distímicos cometem suicídio na mesma proporção dos deprimidos graves. Talvez devido à duração dos sintomas, os pacientes com depressão crônica não apresentam grandes alterações no humor ou nas atividades diárias, apesar de se sentirem mais desanimados e desesperançosos, e serem mais pessimistas. Os pacientes crônicos podem sofrer episódios de depressão maior (estes casos são conhecidos como depressão dupla).

Depressão atípica

As pessoas com esta variedade geralmente comem demais, dormem muito, sentem-se muito enfadadas e apresentam um sentimento forte de rejeição.

Depressão pós-parto

Em alguma situações pós-parto surge depressão que é chamada de "depressão pós-parto".

Este tipo de depressão pode dever-se a perturbações e alterações do foro emocional e/ou hormonal, uma vez que o corpo da mulher sofre demasiadas alterações com o nascimento de um bebê. Por vezes surgem desconfortos e sensações de dores de costas que podem agravar o estado emocional e hormonal da recente mãe. Estas queixas por vezes agravam o estado emocional e precisam ser verificadas.

Os partos naturais e as alterações que a bacia sofre para o nascimento do bebê podem criar alterações quer a nível da bacia quer a nível da coluna, que podem agravar o estado emocional da mulher. Estas alterações podem estar na origem de depressões de causas fisicas.

Distúrbio afetivo sazonal (DAS)

Este distúrbio caracteriza-se por episódios anuais de depressão durante o outono ou o inverno, que podem desaparecer na primavera ou no verão, quando então tendem a apresentar uma fase maníaca. Outros sintomas incluem fadiga, tendência a comer muito doce e dormir demais no inverno, mas uma minoria come menos do que o costume e sofre de insônia.

Tensão pré-menstrual (TPM)

Há depressão acentuada, irritabilidade e tensão antes da menstruação. Afeta entre 3% e 8% das mulheres em idade fértil. O diagnóstico baseia-se na presença de pelo menos 5 dos sintomas descritos no tópico depressão maior na maioria dos ciclos menstruais, havendo uma piora dos sintomas cerca de uma semana antes da chegada do fluxo menstrual, melhorando logo após a passagem da menstruação.

Pesar

O pesar, também conhecido como reação de luto, não é um tipo de depressão, mas ambas possuem muito em comum. Na verdade, pode ser difícil diferenciá-los. O pesar, contudo, é considerado uma resposta emocional saudável e importante quando se lida com perdas. Normalmente é limitado. Nas pessoas sem outros distúrbios emocionais, o sentimento de aflição dura entre três e seis meses. A pessoa passa por uma sucessão de emoções que incluem choque e negação, solidão, desespero, alienação social e raiva. O período de recuperação consome outros 3 a 6 meses. Após esse tempo, se o sentimento de pesar ainda é muito intenso, ele pode afetar a saúde da pessoa ou predispô-la ao desenvolvimento de uma depressão propriamente dita.