O que significa depressão, causas, sintomas e tratamento da depressão, identificando problemas associados, e o modo de a prevenir.


Depressão perinatal, balanço entre uso de antidepressivos e riscos no concepto

À luz das limitadas e conflitantes evidências contemporâneas, a decisão de tratar ou não-tratar  medicamentosamente a depressão perinatal continua sendo um desafio médico.
Não tratar depressão durante a gravidez pode gerar efeitos deletérios à mãe e ao concepto, comprometendo ligação mãe-filho, desenvolvimento cognitivo e emocional do recém-nascido, amamentação e outros cuidados exigidos pela criança.
A decisão de tratar deve levar em conta intensidade da doença, história prévia de depressão e preferências da paciente. Em casos leves, tratamentos não-farmacológicos devem ser primeiramente considerados. Em depressão mais grave, a gestante deve receber antidepressivos isolados ou em combinação com medidas não-farmacológicas.
ISRS parecem ser benéficos na depressão perinatal, com base em sua eficácia no tratamento de distúrbios depressivos em geral.
O risco de malformações congênitas associado à exposição antenatal de ISRS permanece controverso.
Nos estudos observacionais, os riscos relativos são consistentes e maiores quando a exposição se dá mais tardiamente na gestação.
Mesmo em estudos que detectaram malformações associadas ao uso de antidepressivos no início da gravidez, o risco absoluto foi pequeno.
Além de malformações potenciais, ISRS podem induzir hipertensão pulmonar primária no recémnascido, prematuridade, baixo peso ao nascer, maior necessidade de atendimento em unidade de cuidados especiais e síndrome de abstinência no recém-nascido, manifestada por agitação, transtorno em tônus e sucção ou convulsões.
O uso de ISRS durante a amamentação não trouxe aumento de risco ao lactente, embora fluoxetina e citalopram determinassem aumento de mais de 10% nos níveis nos lactentes em relação às concentrações médias maternas.
Paroxetina (mais de 25 mg/dia) prescrita no primeiro trimestre da gestação é o antidepressivo mais consistentemente associado a malformações congênitas, especialmente cardíacas.